segunda-feira, 30 de agosto de 2010

'Há dias que marcam a alma e a vida da gente ...'

A Mariza tem toda a razão. Os 4 dias passados no Alentejo foram simplesmente fantásticos e serão com certeza tempos que vou recordar mais tarde.  Desde a boleima, o Festival do Crato, a açorda de marisco, os baloiços, a relva.
Foi a reunião das 5 M's longe da faculdade. E foi mais que bom ! É em momentos como estes que passamos que vejo aquilo que construímos ao longo de 3 anos. A parvoíce que é tão nossa.  A lágrima no canto do olho em mais uma despedida. O andar na rua com as pessoas a acharem que estamos embriagadas. O cantar a altos berros como se o mundo inteiro nos ouvisse. No fundo, uma cumplicidade que cresce de dia para dia e que nem a distância perturba.

Obrigada meninas, por nós sermos nós ! :')
Tenho muito orgulho em vocês, em nós. *

quarta-feira, 25 de agosto de 2010

 (...) É  inevitável ao falar de ti, não falar também no tempo. Nesse inimigo nosso, que nos arrastou tanto.
 Aprendemos muita coisa, mas não fomos capazes de trocar esses ensinamentos. De abdicar deles, ou diria até, dar o braço a torcer e lutar por um amor que valia pena. E valia.
É no entanto estranho escrever-te assim, tão directamente e sem meias palavras - se é que me entendes. Habituei-me aos disfarces, à ocultação de informação aos outros para ao máximo me tentar dedicar a ti. E sei bem que nesta parte já tu não acreditas.   
Em toda a minha vida, se houve coisa que eu desejei mais do que tudo, era nunca te magoar. Falhei, redondamente. A minha maior falha provavelmente. Porque quanto mais o desejei evitar, mais o fiz, mais grossa foi a agulha que te enfiei na pele. Mas esta agulha era, literalmente, um pau de dois bicos. E quanto mais te penetrava, igualmente ou até mais eu sofria.  Disse-te coisas que nunca disse a ninguém, que ainda hoje não disse, mas há significados que quero guardar só para nós.
Tenho tanta e tão pouca coisa para te dizer. Porque se formos a ver bem... O que é que eu já não te disse? O que é que nos falta dizer um ao outro? Para ti nada, porque tens o coração a transbordar de raiva, de uma amargura tão dura que me quebra o coração.  Não perdoas a dor que sentes. Nunca perdoaste.  
Mas queria que acima de tudo, mais que qualquer coisa neste momento, que tu estivesses a ler esta carta com o coração. Com aquele que eu conheci. Com aquele que eu amei e que tanto orgulho me deu. É daqueles sentimentos dificílimos de eu sentir. Quem me conhece sabê-lo. E tu ainda me conheces. Ainda que o negues, que o recuses, tu conheces cada linha daquilo que sou.  
O que me descansa também, é saber que a probabilidade de alguém ler isto para além de nós os dois é mínima.  
Sabes, aprende-se tanta coisa ao escutar, também foste tu me ensinaste isto. Ainda que, julgo agora, tu já não tenhas os mesmos ideais. Mudaste de filosofias, de ideias. Mas não tudo, eu sei. E acredita nisso. (...)

P.S: Tentei apagar as tuas mensagens, mas ainda não consegui e o mais ‘engraçado’ é, em que nenhuma delas escreveste algo bonito. Apagar história doí. E a nossa história foi bonita.