quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

Só porque sim

Ontem, assim sem mais lembrei-me de ti. Não sei ao certo quanto tempo faz que já não estás fisicamente cá. Mas isso também não vem ao caso.
Lembrei-me de ti porque sim. Porque do pouco tempo em que tive a tua presença foste de um amor maior. Eras um amor de pessoa como diz a mãe. Sabes, ela quando fala de ti fica sempre com a voz pequenina. O pai raramente fala, mas tu como pai dele sabes que ele não é muito de mostrar o lado mais frágil. De vez em quando diz-me "o teu padrinho ia ter muito orgulho de ti" e eu sei que sim. Para além de afilhada, fui a tua primeira neta, a tua menina. 
Por falar em menina, a D. está bem, teve agora uma bebé, a tua bisneta. Quanto ao D., está enorme. Só para que tenhas uma noção, agora namora. Ah e claro, a cada dia que passa está mais preguiçoso. 
Quanto às netas que não chegaste a conhecer, a T., está uma mulherzinha. As duas piscas, a B. e a D. estão lindas de morrer. E a L., bem, essa está a ficar uma traquinas. Agora começou a caminhar e já tem mais um dente. 
Acho que todos temos pena que não as tivesses conhecido, tu que adoravas uma casa cheia e que davas tudo pelos netos.Ainda me lembro da mãe dizer para não dar chocolates e tu sempre que ela não estava por perto abrias a tampa da scooter e sacavas de lá bombons para nós. Lembro-me também da festa que fazíamos.
Olha, quanto à avó, está cansada. Já tem muitos anos em cima, mas perde-se com os netos. Ela que nem sempre fui uma avó muito carinhosa (até porque tu a batias aos pontos)... E queres saber da melhor ? Depois de uma vida inteira sem andar de avião, aos 75 anos teve a experiência da vida:  ir ao Luxemburgo ver os tios. Parecia uma criança de tão feliz que estava. Desta vez, nem os ossos se queixavam. :'D
Quanto aos pais, estão bem, são felizes e adoram-me a mim e ao D. Ah! O pai está, a cada dia que passa, mais parecido contigo.
Quanto aos tios também estão bem. Acho que são felizes.

No fundo, como uma família que se preze, tem dias bons e maus. Volta e meia andam às "turras" uns com os outros, mas cada um é feliz à sua maneira. E se não forem, têm bom remédio, trabalhar todos os dias para serem mais felizes do que ontem foram. :)
Quanto a ti, temos saudades tuas, mas sabemos que as 'coisas' boas que deixaste em cada um de nós vão continuar connosco. E para mim, esta é a Vida Eterna, ou como outros preferem, a vida para além da morte.


(Letter to someone from your childhood)

segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

Confiança

Fé que se deposita em alguém, familiaridade.


Sempre fui clara quanto ao que seria fundamental para mim numa amizade: confiança.
Acho que quando falha, é muito o que se perde e muito pouco aquilo que fica.
Com a S., com a J. e com o D. foi isto que aconteceu. Uma quebra de confiança. 
Ainda que me possam chamar radical, se eu não confio em alguém, não me sinto de todo à vontade para partilhar o que quer que seja. Quer seja importante quer seja um pormenor insignificante.
Um dos motivos para a tal quebra, é para mim, exporem aquilo que eu digo como se de assunto de extrema importância nacional se tratasse. Mas porque raio se eu digo algo a A, A tem de ir contar a B? Parece-me lógico, que se eu quiser que B saiba também lhe direi, ou não? Como é que se pode confiar em alguém assim? E pior, como é que alguém nos pode vir cobrar que não confiamos quando não nos dá motivo para tal? Ou sou eu que sou muito estúpida ou esta gente não tem inteligência suficiente para perceber o que está em causa.
Depois disto, detesto que me venham com balelas de que somos todos 'bué' amigos na mesma.




Já lá dizia alguém sábio "It takes years to build trust, and a few seconds to destroy it".







(Talvez o post mais azedo de sempre xD)



sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

A propósito da conversa com a P.

Lembrei-me de que não me posso queixar da sorte. 
De tudo aquilo que tenho descoberto, de tudo aquilo que tenho presenciado, tenho a certeza de que não sou uma mal-amada. Aliás, sou feliz. 
Não convivo com o mal dos outros, não faço mal a ninguém, e não tenho pretensões de ser melhor que A ou B. 
Se isso incomoda ? Talvez. Mas faz tempo que deixei de me importar com com não merece o meu tempo. Agora, o meu tempo é dedicado a quem realmente conta. 


É tempo de perceber que a vida não se aprende nos livros. Mas sim, na partilha, no abraço, na asneira que às vezes não é contida, no kinder maxi, nos rituais já demasiado meus. 
E já lá canta o Tiago Bettencourt  que "tudo o que é meu é tudo o que eu não sei largar". 


Eu sou feliz e tu ? Tens arriscado Viver ? :)